quinta-feira, 2 de julho de 2009

Olhar o mundo

A minha visão do mundo:


Vivemos num mundo paradoxal onde se proclamam os valores de igualdade, justiça, liberdade e democracia, ao mesmo tempo que estes estão cada vez mais ameaçados por forças supra-nacionais que controlam os países e as suas economias, através da imposição de um sistema neoliberal, fundamentado num capitalismo selvagem que atenta constantemente contra a vida e sobrevivência de muitos humanos. É impressionante a capacidade de adaptação do ser humano! Como conseguimos dormir de noite sabendo que há pessoas que ainda morrem de fome? Como é que os países europeus descansam sabendo que as suas políticas económicas boicotam o sustento de milhares de famílias no continente africano? E depois fala-se no fenómeno da imigração… critica-se, acusa-se, criminaliza-se, mas não se pergunta porquê?

Sou fascinada pelo tema da globalização, do neoliberalismo e das instituições que o sustentam. Acho impressionante a sua capacidade de sobrevivência, apesar de todo o mal que causam a este mundo. Acho impressionante a sua capacidade de adaptarem conceitos à sua lógica, como é o caso do conceito de democracia. Acho impressionante a sua capacidade de marginalizarem (principalmente através do controlo dos media) todos aqueles que procuram contrariar a sua lógica.

Penso que devemos sempre trabalhar por uma causa, dentro do paradigma de intervenção radical. Apesar de achar que muitas vezes esta posição não pode ser assumida, nunca nos podemos esquecer, ou ter medo de lutar pelo que acreditamos e não nos deixarmos, também nós, adaptar à lógica neoliberal.

Admiro personalidades como Boaventura Sousa Santos, Noam Chomsky, Jean Ziégler, Stiglitz e Ignacio Ramonet, entre outros, que me fazem acreditar que uma alternativa é possível e que me dizem, através dos seus escritos que o que penso é genuíno.

Acredito que vivemos num só mundo e que devemos lutar para que as diferenças nos unam por um ideal comum. Não nos devemos deixar separar por nacionalidades, religiões ou cores de pele, que no fundo são tudo pretextos para discriminação, que nos distraem, tal dia do ódio em “1984”, dos verdadeiros causadores das grandes desigualdades e injustiças sociais.

A fome, a doença e a pobreza não olham a cor de pele, nacionalidade ou credo.

Acredito na interculturalidade e na solidariedade entre povos. É provável que o futuro do mundo resida neste factor.

Critico todos aqueles que vêm na imigração um problema. O mundo é de todos, apesar de só alguns o estarem a destruir!

Acredito que devemos ser bastante críticos de nós próprios para nos podermos tornar melhores mães, melhores maridos, melhores colegas, enfim, melhores pessoas.

Apesar de todas as contrariedades do dia a dia, devemo-nos esforçar por ser participativos e olharmos mais para fora do nosso umbigo. Ao invés de estarmos sempre a criticar os outros por todos os males, devemos perguntar a nós próprios:” Mas que posso EU fazer para melhorar a minha casa, o meu bairro, o meu mundo?”

Devemos agradecer por termos a oportunidade de fazer esta pergunta a nós próprios, porque há muitos, e aí reside a grande injustiça desta terra, que não se podem perguntar a si próprios o mesmo.


[Texto construído por Ana Filipa Ferreira, no módulo III da Opção de Empreendedorismo Social (3º ano)]

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